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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O assobio da cobra


Quando o sol que traz luz ao dia não se mostra e resolve descansar, apareceu uma cobra. Uma cobra tem a forma de uma escama de peixe gigante, é da cor da água e tem uma língua avermelhadamente afiada que faz o barulho de um guizo. 
Era uma vez a cobra Esmeralda-Esmeraldina que deitava a língua de fora e salivava entre as flores só porque queria poder falar. Mas, as cobras têm a voz invisível! Então, zangada, enrolou o corpo em espiral e subiu aos troncos de todas as árvores em poucos segundos.
Ilustração de Martolita-Marta Jacinto
A cobra Esmeralda-Esmeraldina gosta dos segundos do tempo e chega sempre a horas. Não gosta de perder tempo. Vive na terra, entre as raízes silenciosas das árvores e das flores. Passa a vida a viajar, luas após luas, sem parar e mexe o corpo de seda ao som do ar. Entre os dias, desliza na noite, vê no escuro e assobia:

nas sombras que a noite deita
redonda, ao olho da lua,
vaidosa, rasteja a cobra
para descobrir onde o sol amua.

                                                                                                                                      Cristina Néry

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