Quando o sol que traz
luz ao dia não se mostra e resolve descansar, apareceu uma cobra. Uma cobra tem a forma de
uma escama de peixe gigante, é da cor da água e tem uma língua avermelhadamente
afiada que faz o barulho de um guizo.
Era uma vez a cobra Esmeralda-Esmeraldina que deitava a língua de fora e salivava entre as flores só porque queria poder falar. Mas, as cobras têm a voz invisível! Então, zangada, enrolou o corpo em espiral e subiu aos troncos de todas as árvores em poucos segundos.
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Ilustração de Martolita-Marta Jacinto |
A cobra Esmeralda-Esmeraldina
gosta dos segundos do tempo e chega sempre a horas. Não gosta de perder tempo. Vive na terra, entre as raízes silenciosas das árvores e das flores. Passa
a vida a viajar, luas após luas, sem parar e mexe o corpo de seda ao som do ar. Entre os dias, desliza na noite, vê no escuro e assobia:
nas sombras que a noite deita
redonda, ao olho da lua,
vaidosa, rasteja a cobra
para descobrir onde o sol amua.
Cristina Néry
Cristina Néry
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