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segunda-feira, 14 de abril de 2014

O gato Gaspar

O gato Gaspar


Não sei se foi quando o céu espirrou e choveu ou se foi depois, muito depois, quando escureceu, e o medo levou arrepios ao umbigo. Era uma vez um dia em que não havia nada para fazer. Saí para a rua e lá estava ele, no terraço, deitado nas telhas - o gato Gaspar. Corpo longo, espalhava-se com a pata direita esticada para a frente, manchas acinzentadas e brancas que se misturavam no corpo. O gato Gaspar não saía muito à rua. Dormia horas e horas todos os dias num cesto de viga que parecia uma boca gigante sobre os azulejos brancos da cozinha. "Gaspar, Gaspar"… O gato Gaspar gostava de lamber a manteiga das torradas quentinhas e vir a correr para junto de nós, com olhos de esmeraldas verdes e patinhas luminosas no ar. 

(Historinha ainda em processo de escrita)

Cristina Néry